Encontrada asa de pterossauro na bacia do araripe
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Encontrada asa de pterossauro na bacia do araripe




Imagine uma asa delta no espaço. E maior que isso, um pterossauro nos céus do Araripe. Há milhões de anos, isto aconteceu. Agora, os pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (Urca) acabam de descobrir uma asa inteira do réptil, durante a maior escavação controlada do Nordeste, realizada na parte oeste da Bacia do Araripe, iniciada na zona rural do Município, em julho e começo de agosto. O diferencial é que o material apresenta uma membrana "alar", que poderá elucidar como eram os voos dos pterossauros da família Tapejiaridae, aqueles das cristas grandes e coloridas. O material está sendo estudado na própria região, no Laboratório de Paleontologia da Urca. Após todas as pesquisas e classificações, será levado para o Museu de Paleontologia de Santana do Cariri.


Esses não são os pterossauros mais comuns para os pesquisadores. As pesquisas normalmente são feitas com espécimes da família Anhangueridae. Além desse achado, vários fragmentos desses répteis passaram a ser encontrados nas escavações, que confirmam as suspeitas iniciais de que na área oeste da Chapada, pouco explorada ao logo dos anos, poderia ter achados de dinossauros e pterossauros.

Um fóssil semelhante foi encontrado há três anos, na China, mas não com a mesma propriedade de conservação do encontrado no Araripe. Foram apenas restos decompostos de fibras e parte da membrana. Outro aspecto da descoberta poderá mostrar como o réptil andava em terra e recolhia as asas, segundo o coordenador da pesquisa, professor Álamo Feitosa. O trabalho vem sendo feito por meio de parceria com estudiosos do Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Um dos integrantes da equipe, que vem contribuindo com o trabalho é o cientista Alex Kellner, do Museu Nacional, um dos maiores estudiosos de pterossauros do Brasil e que já realizou várias descobertas na Chapada do Araripe. O trabalho das escavações foi iniciado no Riacho Grande, localidade do Município de Araripe, com cerca de 12 integrantes de várias universidades do Brasil. A escavação terá continuidade e irá durar três anos, por meio de projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nacional (CNPq), com apoio do Geopark Araripe. O foco das pesquisas são áreas pouco exploradas da região.

Álamo Feitosa, doutor em Paleontologia da Urca

Um dos aspectos que mais chama a atenção dos pesquisadores para os fósseis da Chapada do Araripe é porque, mesmo depois de milhões de anos, apresentarem tecido mole, demonstrando um bom estado de conservação. Isso facilita os estudos das peças e poderá possibilitar mais respostas às pesquisas. Para Alex Kellner, esse aspecto traduz de forma relevante a propriedade desses fósseis encontrados na região. Em geral, segundo Álamo, esses pterossauros de cristas coloridas eram pescadores. A projeção é que cada asa do animal tenha em torno de 4 metros de comprimento. Para início de trabalho, em 12 dias de escavações com a equipe, o coordenador comemora o bom resultado das pesquisas. Foram mais de 3 mil peças encontradas na área, inclusive de um desconhecido camarão minúsculo e também de tartarugas. Na parte oeste da bacia, se calcula cerca de 150 fósseis diversos encontrados, para cada achado de pterossauro. Já na área leste, são um para cada 600.


A escavação controlada atua na busca dos fósseis de acordo com os níveis das rochas, em que se consegue documentar em qual deles foi encontrado a peça. Para Kellner, esse trabalho possibilita correlacionar os diferentes níveis fossilíferos. O material encontrado deverá ser estudado por mais um ano, para dar respostas detalhadas do comportamento do pterossauro. As peças fósseis encontradas para estudos ao longo das pesquisas permanecerão na região, e até servirão como fonte didática para estudantes de escolas públicas, nos Municípios onde ocorre o trabalho. 4 Metros de comprimento é a medida estimada para cada asa do pterossauro de cristas coloridas. Segundo os pesquisadores, eles eram pescadores e bastante ágeis durante a caça.


Fontes: Diário do Nordeste



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